Post by Lívia Chasez on Dec 12, 2004 16:04:04 GMT -5
Norah Jones encanta seus fãs com show intimista em SP
SÃO PAULO (Reuters) - A pianista norte-americana Norah Jones provou ao público brasileiro que não é apenas um fenômeno de vendas, mas também de muito talento, em um show cativante e surpreendente na noite de quarta-feira, no Via Funchal, em São Paulo.
Com ingressos esgotados, cerca de três mil pessoas, segundo a organização do evento, conferiram a primeira visita ao país da artista, que foge dos padrões para sua época e que aposta em bom gosto musical, sem se deixar vender como mais um produto da indústria.
A badalação em volta da moça de 25 anos não é à toa. Tudo, incluindo sua farta lista de Grammys ganhos e discos vendidos, é mais do que merecido, pois Norah Jones conseguiu unir o pop, o blues, o country e o jazz, sem ferir as origens deste último.
Acima de tudo, ela também provou que tem amor em estar num palco e é impossível não se apaixonar por cada segundo de seu show.Acima de tudo, ela também provou que tem amor em estar num palco e é impossível não se apaixonar por cada segundo de seu show.
Jones entrou em cena com "Turn Me On", vestindo uma blusa preta e calça azul. A artista parece simpática e sabe se expressar; seu jeito tímido cativa até o mais frio ouvinte.
No palco, uma cortina vermelha, um telão servindo para os efeitos de iluminação e oito postes de luzes bem próximos aos músicos -- um visual agradável e um clima extremamente intimista. A impressão era de que o show acontecia num pequeno bar.
"Desculpe saber poucas palavras em português, mas gostaria de dizer que há muitas pessoas boas nessa parte do mundo", disse a cantora pouco antes de tocar o sucesso "What Am I To You".
Entre canções como "In The Morning" e "I've Got To See You Again", Jones brincou com a platéia, agradeceu os elogios e até contou algumas piadas.
Acompanhada pela "Handsome Band", da qual homenageia em seu novo DVD chamado "Norah Jones and The Handsome Band: Live in 2004", ela fez questão de apresentar seus integrantes várias vezes durante o show, mas, mesmo que feito de forma competente, foi o ponto fraco do show.
A banda, calma demais, acanhada e quase sem nenhum improviso, pecou por não ousar e tocar tudo correto demais, como se todas as notas fossem decoradas. Num estilo que prima pela improvisação e o inesperado, faltou feeling.
JAZZ DANÇANTE
Quem esperava que Norah Jones fosse ficar sentada o tempo todo, tocando seu piano, se surpreendeu com seu carisma, pois em boa parte do espetáculo ela ficou em pé cantando e dançando.
O flerte com o country em seu disco "Feels Like Home", lançado este ano, levantou a platéia em "Creepin' In" e "The Long Way Home".
Pouco depois, Jones disse que sua palavra favorita em português era "saudade", mas avisou que a próxima canção era alegre e tocou "Sunrise".
Talvez o momento mais esperado foi em "Come Away With Me", seu maior sucesso, no qual ela improvisou nos vocais com alguns novos arranjos, deixando a música mais cadenciada.
Ainda houve bis, mas nem precisava. A expressão nos rostos de seus fãs era de grande satisfação por ter visto uma artista no auge da criatividade, que provavelmente terá uma carreira longa e brilhante.
Entre a legião de famosos que foi ao Via Funchal prestigiá-la, estavam o empresário Roberto Justus, a atriz carioca Guilhermina Guinle e as cantoras Wanessa Camargo e Roberta Miranda.
"Ela é muito nova, mas conseguiu absorver as características de uma estrela. Sua voz é fantástica e sua música é trilha sonora para qualquer momento", comentou Miranda.